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FONTE: AFP
As imagens da morte de um jovem em uma pequena cela de uma delegacia belga, depois de ter sido esmagado pelo peso de vários policiais e agredido por um deles, provocaram uma comoção no país.
A imprensa dedica as primeiras páginas ao tema e a ministra do Interior, Joelle Milquet, chamou de "escandaloso" o ocorrido, além de ter considerado "inaceitável" que o policial que agrediu o jovem não tenha sido suspenso.
Em uma longa reportagem exibida na noite de quinta-feira (21), o canal público VRT relatou as circunstâncias da morte de Jonathan Jacob, de 26 anos, em 6 de janeiro de 2010. O fisiculturista dependente de anfetaminas havia ficado sem a droga e pediu a uma viatura que passava pela rua que o levasse. A polícia o levou a um centro psiquiátrico, segundo o programa Panorama da VRT.
No entanto, ao chegar ao centro, o jovem se recusou a ser levado para um quarto com dispositivos especiais de segurança e ficou muito agitado. Ele acabou provocando ferimentos em um policial. Após o incidente, o centro se recusou a receber o paciente, que considerava muito violento, e os policiais levaram o jovem, que tirou a roupa, para a delegacia de Mortsel, no subúrbio da Antuérpia. No local, ele foi colocado em uma cela de isolamento de 3,5 metros quadrados.
Segundo a VRT, um juiz ordenou à polícia que controlasse o jovem para que um médico administrasse uma injeção com calmante. Os funcionários chamaram a brigada de intervenção especial de polícia, cujos membros são conhecidos como "Rambos".
Seis policiais com capacetes, cassetetes e escudos lançaram uma bomba de efeito moral na pequena cela, se jogaram sobre Jonathan Jacob e o esmagaram com seu peso durante dois minutos para colocar as algemas no jovem. Um oficial deu cinco socos no jovem, antes de o médico injetar um calmante, segundo as imagens das câmeras de segurança exibidas pela VRT.
Neste momento, dois policiais perceberam que o jovem havia parado de se movimentar e o médico constatou que o coração havia deixado de bater. Os esforços de reanimação fracassaram e a necropsia revelou que ele morreu em consequência de uma hemorragia interna causada pelas agressões. No início de fevereiro, a Justiça belga determinou o julgamento penal do ex-diretor do centro psiquiátrico que se recusou a receber o jovem, assim como do agente que o agrediu. Este policial permaneceu na ativa.
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